segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Se removermos Deus, o mundo cai no vazio e na escuridão

“A verdadeira sabedoria é aproveitar da vida mortal para realizar obras de misericórdia, porque, após a morte, isso não será mais possível”. Foi o que disse o Papa Bento XVI na alocução que precedeu a oração mariana do Angelus ao meio-dia deste domingo na Praça São Pedro.
“Quando seremos despertados para o Juízo Final, esse será feito a partir do amor praticado na vida terrena (cf. Mt 25,31-46). E este amor é dom de Cristo, derramado em nós pelo Espírito Santo. Quem crê em Deus-Amor traz consigo uma esperança invencível, como uma lâmpada com a qual atravessar a noite após a morte, e chegar à grande festa da vida”.
Foi o que recordou o Papa comentando “uma imagem feliz” contida no trecho do Evangelho de Mateus lido na liturgia de hoje, a das dez jovens convidadas para uma festa de casamento, símbolo do Reino dos céus, da vida eterna. Mas cinco delas foram excluídas porque ficaram sem óleo que deveria manter acesas as suas lâmpadas.
“O que representa este “óleo”, que é essencial para ser admitido no banquete nupcial? Santo Agostinho (cf. Discursos, 93, 4) e outros antigos autores, lêem como um símbolo do amor, que não se pode comprar, mas se recebe como dom, se conserva no coração, e se pratica nas obras. A verdadeira sabedoria é aproveitar da vida mortal para realizar obras de misericórdia, porque, após a morte, isso não será mais possível”.
E o Papa concluiu:
“A Maria, Sedes Sapientiae, pedimos que nos ensine a verdadeira sabedoria, a que se fez carne em Jesus. Ele é o Caminho que conduz desta vida a Deus, ao Eterno. Ele nos fez conhecer o rosto do Pai, e assim nos deu uma esperança cheia de amor. Por isso, à Mãe do Senhor a Igreja se dirige com essas palavras: “Vita, dulcedo, et spes nostra”. Vamos aprender com ela a viver e morrer na esperança que nunca desilude.”
Momentos antes o Papa recordou que as Leituras bíblicas da liturgia deste domingo convidam-nos a prolongar a reflexão sobre a vida eterna, iniciada por ocasião da Comemoração de todos os fiéis defuntos. Neste ponto fica claro a diferença entre quem crê e quem não crê, ou, pode-se dizer também, entre quem espera e quem não espera.
A fé na morte e ressurreição de Jesus Cristo é, também neste campo, um divisor de águas decisivo. Mais uma vez São Paulo recorda aos cristãos de Éfeso que, antes de acolher a Boa Nova, estavam “sem esperança e sem Deus no mundo” (Ef 2.12).
De fato, a religião dos gregos, os cultos e mitos pagãos não eram capazes de lançar luz sobre o mistério da morte, tanto que uma antiga inscrição dizia: “No nada, no nada, logo cairemos”. Se removermos Deus – destacou o Papa -, se removemos Cristo, o mundo cai no vazio e na escuridão. E isso se reflete também nas expressões do niilismo contemporâneo, um niilismo muitas vezes inconsciente que infelizmente contagia muitos jovens.
Em seguida saudou os fiéis de língua portuguesa:
fonte: radiovaticano.org

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